terça-feira, 18 de junho de 2013

Trabalhadores em educação, em greve por tempo determinado, fazem grande mobilização no entorno do Mineirão

Fotografias: Taís Ferreira
Trabalhadores em educação de Minas Gerais, saúde, estudantes e representantes de várias categorias do funcionalismo público unificaram o coro em uma só voz nesta segunda-feira (17), numa grande mobilização  que teve concentração em frente à Igreja São Francisco, na Pampulha, e depois seguiu para as proximidades do estádio do Mineirão, onde aconteceu o jogo entre as Seleções do Taiti e da Nigéria, pela Copa das Confederações.
Segundo a coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), Beatriz Cerqueira, o movimento pacífico, cumpriu o seu objetivo e teve como finalidade dizer aos governantes e àqueles que querem calar a voz dos trabalhadores que o ir às ruas para se manifestar é também um instrumento de negociação. “Enquanto o governo do Estado não decide sentar e negociar conosco, vamos encontrar essa e outras formas de denunciar o que estamos vivendo”, ressaltou.
Ao afirmar ainda que ninguém é dono das ruas da cidade e que o movimento é de todos aqueles que queiram dar o seu recado, Beatriz Cerqueira lembrou que os trabalhadores aglutinam forças no momento que o nosso Estado se transforma numa vitrine com a Copa das Confederações. “Conseguimos realizar um grande ato, apesar do cerco policial. Nosso movimento ganhou visibilidade e, nos próximos dias 22 e 26, faremos mobilizações ainda maiores. O direito de manifestação está previsto na Lei Geral da Copa e assegurado na Constituição”, ressalta.
A mobilização teve ampla repercussão e cobertura da imprensa local, nacional e internacional, que destacou também a grande manifestação realizada no centro da capital mineira, onde cerca de 30 mil pessoas também se reuniram para contestar contra os investimentos na Copa das Confederações e pelo descaso do governo mineiro com a educação e a saúde.

Na mobilização dos educadores na Pampulha, os manifestantes entregam rosas brancas às pessoas que se dirigiam ao Mineirão e distribuíram panfletos em que denunciavam, em português e inglês, as péssimas condições salariais e de trabalho dos profissionais da educação em Minas Gerais.
Vale ressaltar que, após o ato no Mineirão, os manifestantes incorporaram a manifestação que saiu da Praça Sete.
Decisão abritária
Segundo avaliações veiculadas pela própria imprensa, as manifestações pelas ruas de Belo Horizonte ganharam força depois que uma liminar da Justiça proibiu a realização de protestos em Minas Gerais durante a Copa das Confederações. 
Ao afirmar que o calendário de manifestações da greve nos dias dos jogos da Copa das Confederações está mantido, a coordenadora-geral do Sind-UTE/MG destaca: “Poderíamos ter evitado esta greve se o governo cumprisse os acordos assinados ou estabelecesse um processo de negociação. Nós aprovamos o indicativo de greve em abril, mas, como não tivemos resposta do governo, a categoria decidiu pelo movimento”.
Ela informa também que o Sindicato recorreu na última sexta-feira (14/06), da decisão arbitrária e absurda da Justiça mineira que concedeu liminar ao governo de Minas Gerais proibindo a realização de atos e manifestações em todo o Estado nos dias dos jogos da Copa das Confederações. “Aqui em Minas o governo é covarde, não negocia e tenta impor sua vontade por decisões judiciais. O Tribunal de Justiça poderia ter mediado como fez a justiça no caso da greve dos servidores municipais, poderia ter estabelecido parâmetros para que pudéssemos ter o direito de manifestação preservado, mas preferiu impor uma decisão sob pena de multa”.


O calendário de luta dos trabalhadores em educação de Minas Gerais prevê greve por tempo determinado nos seguintes dias: 17, 18, 22, 26 e 27 de junho e nova Assembleia da categoria será em 04 de julho.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fotografias: Taís Ferreira

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