Fotografias: Taís Ferreira |
Trabalhadores
em educação de Minas Gerais, saúde, estudantes e representantes de
várias categorias do funcionalismo público unificaram o coro em uma só
voz nesta segunda-feira (17), numa grande mobilização que teve
concentração em frente à Igreja São Francisco, na Pampulha, e depois
seguiu para as proximidades do estádio do Mineirão, onde aconteceu o
jogo entre as Seleções do Taiti e da Nigéria, pela Copa das
Confederações.
Segundo
a coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação
de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), Beatriz Cerqueira, o movimento pacífico,
cumpriu o seu objetivo e teve como finalidade dizer aos governantes e
àqueles que querem calar a voz dos trabalhadores que o ir às ruas para
se manifestar é também um instrumento de negociação. “Enquanto o governo
do Estado não decide sentar e negociar conosco, vamos encontrar essa e
outras formas de denunciar o que estamos vivendo”, ressaltou.
Ao
afirmar ainda que ninguém é dono das ruas da cidade e que o movimento é
de todos aqueles que queiram dar o seu recado, Beatriz Cerqueira
lembrou que os trabalhadores aglutinam forças no momento que o nosso
Estado se transforma numa vitrine com a Copa das Confederações.
“Conseguimos realizar um grande ato, apesar do cerco policial. Nosso
movimento ganhou visibilidade e, nos próximos dias 22 e 26, faremos
mobilizações ainda maiores. O direito de manifestação está previsto na
Lei Geral da Copa e assegurado na Constituição”, ressalta.
A
mobilização teve ampla repercussão e cobertura da imprensa local,
nacional e internacional, que destacou também a grande manifestação
realizada no centro da capital mineira, onde cerca de 30 mil pessoas
também se reuniram para contestar contra os investimentos na Copa das
Confederações e pelo descaso do governo mineiro com a educação e a
saúde.
Na
mobilização dos educadores na Pampulha, os manifestantes entregam rosas
brancas às pessoas que se dirigiam ao Mineirão e distribuíram
panfletos em que denunciavam, em português e inglês, as péssimas
condições salariais e de trabalho dos profissionais da educação em Minas
Gerais.
Vale ressaltar que, após o ato no Mineirão, os manifestantes incorporaram a manifestação que saiu da Praça Sete.
Decisão abritária
Segundo
avaliações veiculadas pela própria imprensa, as manifestações pelas
ruas de Belo Horizonte ganharam força depois que uma liminar da Justiça proibiu a realização de protestos em Minas Gerais durante a Copa das Confederações.
Ao
afirmar que o calendário de manifestações da greve nos dias dos jogos
da Copa das Confederações está mantido, a coordenadora-geral do
Sind-UTE/MG destaca: “Poderíamos ter evitado esta greve se o governo
cumprisse os acordos assinados ou estabelecesse um processo de
negociação. Nós aprovamos o indicativo de greve em abril, mas, como não
tivemos resposta do governo, a categoria decidiu pelo movimento”.
Ela
informa também que o Sindicato recorreu na última sexta-feira (14/06),
da decisão arbitrária e absurda da Justiça mineira que concedeu liminar
ao governo de Minas Gerais proibindo a realização de atos e
manifestações em todo o Estado nos dias dos jogos da Copa das
Confederações. “Aqui em Minas o governo é covarde, não negocia e tenta
impor sua vontade por decisões judiciais. O Tribunal de Justiça poderia
ter mediado como fez a justiça no caso da greve dos servidores
municipais, poderia ter estabelecido parâmetros para que pudéssemos ter o
direito de manifestação preservado, mas preferiu impor uma decisão sob
pena de multa”.
O
calendário de luta dos trabalhadores em educação de Minas Gerais prevê
greve por tempo determinado nos seguintes dias: 17, 18, 22, 26 e 27 de
junho e nova Assembleia da categoria será em 04 de julho.
Fotografias: Taís Ferreira
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