Fotografias: Taís Ferreira |
Os
trabalhadores e trabalhadoras em educação de Minas Gerais deliberaram na
tarde dessa quarta-feira (05/06), durante Assembleia Estadual no Pátio
da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em Belo Horizonte, por
uma greve por tempo determinado nos dias 17, 18, 22, 26 e 27 de junho. No próximo dia 04 de julho acontecerá uma nova assembleia estadual para definir os rumos do movimento.
Cerca
de 4 mil pessoas participaram da assembleia e, na sequência, seguiram
em passeata até a Praça Sete, no Centro da Capital mineira.
Segundo
o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais
(Sind-UTE/MG), a categoria quer o pagamento do Piso Salarial retroativo,
descongelamento da carreira, atendimento digno no Ipsemg, nomeação de
todos os concursados para oscargos vagos, cumprimento de hora-atividade sem o aumento da jornada de trabalho, valorização, respeito e negociação com o governo do Estado de toda a pauta de reivindicações.
Para
a coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira, os
trabalhadores em educação de Minas Gerais, há muito, estão dando sinais
de que não agüentam mais o descaso do governo do Estado. “Estamos
novamente mobilizados e lutando pela mesma pauta, o que deixa claro o
descaso do governo. Por isso, convidamos a todos aqueles não estão
satisfeitos com esse tipo de tratamento, que se juntem a nós”.
Calendário
Na assembleia estadual dessa quarta-feira, os trabalhadores em educação de Minas Gerais, aprovam o seguinte calendário de luta:
Junho
· 17 e 18, 22, 26 e 27 – greve por tempo determinado.
· 17, 22 e 26 –
Nesses dias haverá jogos da Copa das Confederações e a categoria fará
mobilizações estratégicas para dialogar com a sociedade antes das
partidas.
· 18 e 27 – Haverá manifestações regionais.
· 19 - Diálogo com alunos sobre o movimento dos trabalhadores em educação.
· 28 - Diálogo com alunos sobre o movimento dos trabalhadores em educação.
Julho
· 04 (quinta-feira) Assembleia Estadual, com greve de 24h, no Pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em Belo Horizonte.
Indignação - Outros
fatores deixam indignados os trabalhadores em educação e são situações
que vêm se arrastando desde 2011. Como exemplo a manifestação de mais
de 153 mil profissionais da educação que não quiseram o subsídio como
forma de remuneração. No entanto, o Governo do Estado impôs a toda a
categoria essa condição, contrariando o Acordo assinado pelo governo do
Estado, em 27 de setembro de 2011, que
negociava o pagamento do Piso Salarial na carreira. “Hoje, os
educadores estão em piores condições do que em janeiro de 2011, daí a
necessidade constante de fortalecermos a luta”, explica Beatriz
Cerqueira.
O
governo do Estado, ao não pagar o Piso Salarial, e também ao não
investir os 25% determinados pela Constituição Federal na educação, não
só desrespeita os trabalhadores como também desqualifica a educação
pública mineira.
Vale
lembrar que, em 2011, quando o Supremo Tribunal Federal decidiu o que
deveria ser considerado Piso Salarial Nacional Profissional – era o
vencimento básico e não toda a remuneração do professor, a Secretaria de
Estado da Educação teve a oportunidade de fazer um processo que pudesse
construir o pagamento do Piso Salarial na carreira. “Mas a ausência de
atitude da Secretaria e a omissão do Governo do Estado levaram a
categoria à maior greve da história de Minas Gerais”, destaca a direção
do Sindicato.
A
Secretaria de Educação, por meio da Resolução 2.253/13, aumentou a
carga horária do professor criando mais horas de exigência curricular,
principalmente, para os professores dos anos iniciais do Ensino
Fundamental. No Ensino Médio, foi prometido coordenador para o projeto
“Reinventando o Ensino Médio”, mas, o preenchimento desta função não foi
autorizado pela Secretaria. Os Conservatórios de Música continuam com
um quadro de pessoal aquém das suas necessidades.
Intensificar a luta
Diante
de tantas promessas vãs e do descaso para com a educação, a direção do
Sind-UTE/MG avalia ser necessário intensificar a luta para chamar a
atenção de todos para os problemas da educação em Minas. Para dar voz a
esse movimento, o Sindicato tem saído às ruas, juntamente com outras
entidades de classe para dialogar com a sociedade sobre essa realidade.Publicado em: http://www.sindutemg.org.br
Fotografias: Taís Ferreira
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