Lucas Prates/Hoje em Dia
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Em coletiva de imprensa, as entidades sindicais informaram que vão manter os protestos

Após reunião junto aos deputados de oposição, representantes do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) e o Sindicato dos Servidores da Polícia Civil Estado de Minas Gerais (Sindpol/MG) informaram que as manifestações previstas para os próximos dias estão mantidas. Além disso, as entidades vão recorrer da liminar da Justiça que proibiu protestos em todo o Estado durante a Copa das Confederações.

A presidente do Sind-UTE e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Beatriz Cerqueira, afirmou que a greve poderia ser evitada caso o governo tentasse negociar com os educadores e ainda questionou que haja uma preocupação com o evento da Copa das Confederações, uma vez que a proibição não é apenas para Belo Horizonte, onde haverá jogos, mas também em todo o território mineiro. Além disso, Cerqueira garantiu que vai denunciar o governador Antonio Anastasia por crime contra a organização do trabalho junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT).

Já o representante do Sindpol, Denilson Martins, afirmou que o ato de manifestar é tão essencial quanto respirar e que o governo não pode impedir a greve dos trabalhadores. "A adesão da categoria, que até agora era de 70%, passará a 100% depois dessa decisão do governo", garantiu.

Os servidores da Polícia Civil já fizeram cartazes em inglês e espanhol para que os turistas que estiverem em Belo Horizonte durante a Copa das Confederações possam entender as reivindicações da categoria. "Nós vamos mostrar para os turistas que estão em Minas Gerais que tipo de tratamento o governo do Estado dá para a segurança pública."

Os parlamentares presentes na reunião também criticaram a liminar da Justiça. Segundo o deputado Sávio Souza Cruz  (PMDB), o governo está tentando equiparar as manifestações populares a atos de terrorismo. Além disso, o parlamentar não é favorável ao valor da multa imposta às entidades que descumprirem a decisão. "R$ 500 mil equivale ao salário diário de 11 mil professores" comparou.

A previsão é de que as manifestações de professores e policiais civis sejam unificadas. Além disso, as categorias ganharam apoio também do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde/MG) e Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual de Minas Gerais (Sindifisco-MG), que devem reforçar os protestos na capital mineira.
No calendário do Sind-UTE, o próximo protesto está marcado para acontecer na segunda-feira (17), a partir das 13 horas, com concentração em frente à Igreja de São Francisco, na Pampulha. Outras manifestações estão previstas também para os dias 18, 22, 26 e 27 de junho.
Segundo Beatriz Cerqueira, os servidores não precisam se preocupar porque as sanções previstas na decisão judicial são válidas apenas para os sindicatos. A medida prevê que, em caso de descumprimento da determinação, as entidades estarão sujeitar à multa diária de R$ 500 mil.
"Censura prévia"

As manifestações sindicais contaram com o apoio dos deputados estaduais Rogério Correia (PT), Sávio Souza Cruz (PMDB), Ulysses Gomes (PT) e da deputada federal Margadida Salomão (PT), que estiveram presente durante a coletiva de imprensa que aconteceu na tarde desta sexta-feira (14).

A determinação da Justiça quanto à multa diária de R$ 500 mil para quem descumprisse a liminar que proíbe as manifestações em terrítório estadual foi tratada como uma "censura prévia".

Margarida afirmou ser um absurdo a criminalização da livre expressão e o direito de reinvidicação das organizações sindicais. Segundo a deputada, a medida é um atraso. "A multa preventiva é uma censura. É um retrocesso inadmissível para nós que lutamos pelo livre direito à manifestação.

Já o deputado Rogério Correia lembrou da época da anistia, enquanto Sávio Souza Cruz advertiu que "naquela época podia", falando das manifestações. "O cerco era menor", completou o deputado do PMDB. E Correia concordou afirmando ser "tempos mais amenos".


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